Nonato Guedes
O pastor Sérgio Queiroz, candidato ao Senado na Paraíba pelo PRTB, que figura nas últimas posições em pesquisas de intenção de voto, não perde a esperança e afirma ter a convicção de que vai ganhar a parada, mesmo enfrentando adversários mais cotados na seara bolsonarista. Em declarações, ontem, à rádio CBN João Pessoa, o pastor definiu que sua campanha é “orgânica”, centrada em ideias e propostas para o Estado e afirmou que conta com o “efeito multiplicador” de cerca de dez mil militantes que estariam mobilizados em diferentes regiões no engajamento à sua candidatura. Ele voltou a dizer que não faz campanha com recursos do “Fundão” (Fundo Especial de Financiamento) e criticou as distorções na distribuição de recursos para postulantes às eleições por parte de cúpulas partidárias.
Sérgio Queiroz continua apoiando a candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição, mesmo com a declaração do mandatário de que seu candidato ao Senado na Paraíba é Bruno Roberto, do PL, filho do deputado federal Wellington Roberto, com o qual gravou participação no Guia Eleitoral. O candidato do PRTB foi secretário de Modernização de Gestão no governo do presidente Jair Bolsonaro e declarou que não fica constrangido com o apoio do mandatário a outro candidato. “Ele tem o direito de fazer suas escolhas, e tem feito essas escolhas não só na Paraíba como em outros Estados”, frisou. Queiroz alfinetou, também, o candidato ao Senado Efraim Filho, do União Brasil, que, a seu ver, age na campanha como se fosse executivo, fazendo propaganda de recursos de emendas que conseguiu liberar para a Paraíba. Com 30 anos de atuação no serviço público, sendo ainda procurador da Fazenda, disse que vai se utilizar dessa experiência para basear um provável mandato no Congresso.
Desde o início da campanha, Sérgio Queiroz procura se apresentar como um candidato diferenciado, não vinculado a oligarquias políticas que, a seu ver, tentam se perpetuar no cenário da Paraíba. Ele tem reafirmado a sua posição favorável à liberação de “candidaturas avulsas” a cargos eletivos no Brasil, como forma de evitar a “ditadura dos partidos” e outras anomalias que, segundo afirma, estão desgastando o processo político-institucional brasileiro. Além do mais, propõe modificações amplas e, em alguns casos, profundas, na Constituição, para que o texto seja mais coerente com a realidade dominante no país, advertindo que há “pontos arcaicos, superados” que precisam ser eliminados para que seja construída uma democracia verdadeira. No que diz respeito às pautas da Paraíba, Sérgio Queiroz promete lutar em favor do Semiárido nordestino, “que não teve, ainda, a atenção devida por parte do poder público”.
Sérgio Queiroz alertou para a situação de “descompasso” ou “desequilíbrio” nas competências e relações entre Poderes no Brasil na conjuntura vigente, explicando tratar-se de uma anomalia no sistema democrático, e lembrou que os parlamentares estão se apresentando como meros executores do orçamento público, quando a sua missão fundamental não é esta. O candidato do PRTB disse não acreditar que o presidente Jair Bolsonaro, nas suas falas públicas, esteja defendendo intervenção no Congresso Nacional e em Tribunais Superiores, até com ameaça de fechamento dessas instituições. Admite que pessoas situadas no entorno do presidente da República estejam comprometidas com essa bandeira, mas não o presidente da República. “No final das contas, o que se quer é um controle regular da atuação dos Poderes para possibilitar a plenitude do equilíbrio federativo no país”, salientou Sérgio Queiroz.