A base aliada do governador João Azevêdo (PSB) enfrenta uma crise interna que pode impactar diretamente as articulações para a sucessão estadual. O epicentro da tensão está no Progressistas (PP), partido que abriga tanto o vice-governador Lucas Ribeiro quanto o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena — dois nomes que circulam como possíveis candidatos ao Governo da Paraíba em 2026.
Em entrevista concedida aos jornalistas Heron Cid e Wallison Bezerra, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro, uma das principais lideranças do PP no estado, foi enfático: Não há espaço para mais de uma candidatura ao Governo dentro do partido. Segundo ele, o nome natural da legenda para a disputa é o do vice-governador Lucas Ribeiro, filho de sua irmã, a senadora Daniella Ribeiro.
Caso o prefeito Cícero Lucena deseje concorrer ao Palácio da Redenção, terá que buscar abrigo em outra legenda.
Integrantes do grupo político do prefeito avaliam que a antecipação do veto à sua candidatura é precipitada e defendem que o partido deveria priorizar um nome mais competitivo — o que, segundo eles, passa por uma análise de desempenho eleitoral e amplitude de apoio.
Diante do impasse, o governador João Azevêdo se pronunciou com tom conciliador. Apesar das divergências dentro da base, ele reafirmou sua aposta na coesão do grupo. “Eu acho que o grupo tá muito forte, o governo tá muito bem, nós temos entregas importantes na Paraíba e eu continuo naquela ideia de que vamos estar todos juntos em 2026”, projetou o governador, descartando, por ora, qualquer ruptura definitiva.
Líderes oposicionistas enxergam na crise uma oportunidade para avançar no debate estadual e conquistar aliados descontentes com a condução do processo dentro da base de Azevêdo. A leitura é de que um racha no PP pode enfraquecer a unidade governista e abrir caminho para um embate eleitoral mais equilibrado em 2026.
