A Paraíba tem 3.724 pequenos negócios na área de panificação, de acordo com dados do Sebrae. São padarias e outros fabricantes de pães, massas e produtos de confeitaria que atuam com venda direta ao consumidor final quanto para revenda a outros empreendedores. Buscar diferenciais na qualidade dos produtos e nas práticas sustentáveis são algumas das tendências nesse tipo de negócio.
Conforme os dados do Sebrae, do total das pequenas empresas de panificação, 2.512 são Microempreendedores Individuais (MEI), 1.149 são Microempresas e 63 são empresas de pequeno porte. Quanto à distribuição dos estabelecimentos, há padarias em praticamente todas as cidades paraibanas, mas a maioria dos negócios estão em João Pessoa (1.265) e em Campina Grande (542).
Distante cerca de oito quilômetros de Campina Grande está o município de Lagoa Seca, que soma 19 empresas de panificação. Entre elas, a Fasz Gastronomia Artesanal, idealizada pelo empreendedor Ilan Nunes. Ele conta que a produção de pães artesanais começou em seu apartamento, no início da pandemia da Covid-19. O produto foi bem aceito pelos primeiros clientes e ele decidiu abrir uma loja na cidade.
Entre os desafios, Ilan conta que o principal foi encontrar e estabelecer o público-alvo, já que o seu negócio foge das padarias convencionais, com produtos mais saudáveis e ingredientes selecionados. “Transformar esse olhar e mostrar o valor do pão artesanal exigiu persistência e educação do cliente. Nosso diferencial está em oferecer um pão mais saudável, saboroso e aromático, feito com ingredientes selecionados e técnicas específicas da panificação”, explicou o empreendedor.
A ideia de Ilan segue justamente uma das tendências do mercado da panificação, sobretudo para aqueles empreendedores que buscam se destacar no setor, ofertando produtos exclusivos, com novas experiências gastronômicas e também para atender o nicho de pessoas com sensibilidade ou intolerâncias alimentares.
A analista do Sebrae/PB e gestora do programa Agente Local de Inovação (ALI), Cláudia Pereira, destaca que há um aumento na procura por negócios de panificação destinados a públicos que buscam alimentos sem glúten ou que tenham algum tipo de intolerância alimentar, que preferem produtos com ingredientes mais naturais e feitos de forma artesanal. “Este mercado tem se expandido e estabelecido um comportamento novo, dando às padarias e panificadoras tradicionais a chance de inovar e se adaptar a essa demanda”, reforçou Cláudia Pereira.
A analista ainda lembrou que os consumidores estão mais exigentes quanto à união de sabor e qualidade dos produtos oferecidos. “O consumidor consciente aprecia não apenas o sabor e a aparência, mas também a procedência dos ingredientes, os métodos de produção e os impactos sociais e ambientais de suas escolhas”, destacou.
Para abrir o seu negócio, Ilan Nunes recebeu o apoio do Sebrae/PB, através do ALI. “O Sebrae teve um papel fundamental nessa jornada e nos ajudou a organizar processos, enxergar melhor o negócio e tomar decisões com mais clareza. Empreender exige entrega, mas o retorno vem em forma de propósito”, comentou o empresário.
