Integrantes da delegação brasileira em missão oficial a Israel divulgaram nesta terça-feira (17) uma nota de repúdio à posição do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) sobre a viagem. O grupo, composto por prefeitos, vice-prefeitos e outras autoridades públicas, afirmou ter informado previamente a representação diplomática brasileira em Tel Aviv sobre a missão, contrariando a nota divulgada pelo governo brasileiro.
Na última segunda-feira (16), o Itamaraty publicou a Nota à Imprensa nº 269, alegando desconhecimento da missão e destacando que a viagem teria sido realizada em desacordo com recomendações consulares vigentes desde 2023.
Segundo a delegação, entretanto, uma reunião online com diplomatas brasileiros em Tel Aviv, no último sábado (14), comprovou que a representação diplomática tinha conhecimento prévio da viagem. O grupo afirma que, apesar disso, não houve qualquer alerta formal ou impedimento oficial por parte da embaixada antes do deslocamento.
Os representantes também questionaram a falta de coordenação entre o Itamaraty e o governo de Israel, que, segundo eles, oficialmente convidou as autoridades brasileiras e apoiou a agenda institucional da missão.
A delegação expressou ainda estranhamento com o tom da nota oficial, que consideraram mais próximo de uma reprimenda do que de um gesto de proteção a cidadãos brasileiros em situação de risco. O grupo destacou que o objetivo da missão era institucional e feito de boa-fé, com agenda pública e previamente organizada.
Apesar das críticas, a nota termina com um agradecimento às equipes diplomáticas brasileiras em Israel, Jordânia e Arábia Saudita, que vêm prestando apoio logístico e humanitário na retirada da comitiva da zona de conflito.
