Nonato Guedes, com agências
O ministro da Saúde, o paraibano Marcelo Queiroga, afirmou em entrevista, ontem, que a prioridade, no momento, é ampliar a campanha de vacinação, repetindo que faltam vacinas no Brasil e no mundo. O ministro revelou que o governo do presidente Jair Bolsonaro se comprometeu com a meta de um milhão de injeções de vacina por dia no mês de abril. “Temos a Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Butantan nos assegurando 30 milhões de doses no período”, afirmou o cardiologista. Um dos problemas, conforme ele, é que falta Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), um dos componentes básicos para a produção de imunizante.
Queiroga informou que a Fundação Oswaldo Cruz tem conversado com a AstraZeneca para a produção de um IFA nacional, que daria mais autonomia ao país. O ministro frisou, no entanto, que também tem conversado com a embaixada da China para poder importar uma quantidade maior. “É na base do diálogo que vamos buscar soluções”, enfatizou ele. O ministério conta, também, com doses do consórcio Covax. “Em outubro o Brasil alocou US$ 150 milhões para que tenhamos um aporte de vacinas para cobrir 10% da nossa população”, declarou o ministro. Houve também uma conversa com o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Defesa, Walter Braga Netto. Os três falaram sobre como as Forças Armadas podem agir para acelerar a campanha de vacinação.
– Teremos o apoio das Forças Armadas na logística, e com o corpo técnico da área de saúde ajudando Estados e municípios a vacinar de maneira efetiva – salientou Marcelo Queiroga, sublinhando que as Forças Armadas estão presentes no país inteiro, o que pode ajudar na campanha. Mas ele não forneceu detalhes de como será processada a logística nesse sentido. Ontem, o ministro contou que numa conversa com Tedros Adhanom, da Organização Mundial da Saúde, analisou-se a possibilidade de adaptar fábricas brasileiras de vacinas para animais, para que elas passem a produzir vacinas para a prevenção da Covid-19 em humanos.
Queiroga contou que um dos temas da conversa entre ele e Tedros foi como assegurar mais vacinas nos próximos três meses. De acordo com o ministro da Saúde, além da Fundação Oswaldo Cruz e do Butantan, o complexo de Bio Manguinhos poderá ser utilizado. De conformidade com ele, será feita também uma análise técnica “para a adequação dos parques que produzem vacinas animais para utilizá-los para produzir vacinas em humanos”. Marcelo Queiroga disse diversas vezes que é preciso observar as regras de prevenção ao contágio, como usar máscaras e evitar aglomerações, mas que não haverá uma lei que obrigará as pessoas a fazerem isso. “O Brasil é um dos focos da doença, estamos perdendo, todos os dias, muitos brasileiros. Isso decorre da pressão sobre o sistema de saúde”, relatou Queiroga. Foi nesse momento que ele pediu para que as pessoas usem máscaras, mantenham distância entre elas e não façam aglomerações. “Todos sabemos que o uso de máscaras é fundamental, é necessário que haja adesão da população brasileira”, concluiu.