Pelo que anda aprontando nos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro já deveria ter sofrido uma punição séria por parte da Câmara dos Deputados. O parlamentar não se limitou a viajar; ele passou a atuar contra os interesses do Brasil, fazendo gestões junto ao governo norte-americano para tentar impor sanções contra o país e até contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Não é preciso ser jurista para compreender a gravidade do que isso significa. Um deputado federal tem o dever de representar o povo brasileiro, defender a soberania nacional e respeitar as instituições. O que se vê, no entanto, é justamente o contrário: um representante eleito utilizando o mandato para tentar enfraquecer a nação perante governos estrangeiros.
Além disso, há a questão das faltas parlamentares, que por si só já configurariam motivo suficiente para a perda do mandato. Mas o problema não se resume a presença ou ausência nas sessões. O ponto central é a postura política e ética: não cabe a um deputado eleito trabalhar deliberadamente contra o país que jurou servir.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, até aqui tem se mostrado complacente demais com o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Mas já passou da hora de agir. A conduta de Eduardo fere a ética e o decoro parlamentar, pilares que não podem ser relativizados sem que se corroa a credibilidade da própria instituição legislativa.
A Câmara dos Deputados não pode se omitir. Manter-se inerte diante desse tipo de comportamento significa abrir precedente perigoso e sinalizar que os mandatos parlamentares podem ser usados contra o próprio país sem consequências. O caso de Eduardo Bolsonaro é um teste claro: ou a Casa impõe limites, ou admite que a política brasileira pode ser reduzida a instrumento de sabotagem nacional.
