A menos de um ano da eleição, partidos e senadores estão a todo vapor nas articulações para a disputa da presidência do Senado, atualmente ocupada por Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que foi reconduzido. O União Brasil, partido do senador Davi Alcolumbre (AP), tenta abrir diálogo com a oposição para que ele possa retornar ao comando da Casa, que presidiu entre fevereiro de 2019 e fevereiro de 2021. A ideia é convencer a oposição, liderada pelo Partido Liberal de Jair Bolsonaro, a não apresentar um candidato próprio, segundo apurou o “Congresso em Foco”.
Na eleição de 2022, o líder do grupo, Rogério Marinho, do PL-RN, saiu como candidato e conseguiu 32 votos. A disputa terminou com a reeleição de Rodrigo Pacheco com 49 votos. A diferença surpreendeu a ala governista, que não esperava que Marinho conquistasse tantos apoios. Pacheco foi eleito para um segundo mandato com o apoio de Alcolumbre, que conta, agora, com a retribuição do colega mineiro. As articulações passam pela tentativa de acordo com a oposição. Entre os pontos negociados estão um espaço na Mesa Diretora do Senado e a presidência de comissões. Diferentemente da Câmara, onde são anuais as trocas de comando nos colegiados, no Senado elas ocorrem a cada dois anos, período que coincide com a eleição do presidente da Casa.
Como Marinho perdeu a presidência para Pacheco, o PL ficou sem espaço na Mesa e inicialmente sem a direção de comissões. Foi só por meio de um acordo, no fim do primeiro semestre de 2023, que o partido conseguiu o controle de duas novas comissões recém-criadas: de Comunicação e Direito Digital, presidida por Eduardo Gomes, do PL-TO, e de Esporte, comandada por Romário (PL-RJ). Com o apoio de Alcolumbre, a situação poderia mudar, com a inclusão de integrantes do partido de Jair Bolsonaro na Mesa Diretora e no comando de comissões mais importantes do Senado. A oposição, segundo parlamentares ouvidos pelo “Congresso em Foco”, está aberta ao diálogo. Alcolumbre é bem visto pelo grupo, por ter feito acenos com relação a pautas consideradas importantes pelos oposicionistas como o marco temporal das terras indígenas.