O Senado homenageia cinco mulheres em sessão solene na quarta-feira, com a entrega do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, como parte da programação de atividades do Dia Internacional da Mulher, como reconhecimento às figuras que se destacaram na defesa dos direitos e das questões de gênero no Brasil. Os nomes foram indicados pela bancada feminina no Senado, que é presidida pela senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB) e entre as agracias está a promotora de Justiça Dulcerita Alves, que atua na Promotoria da Mulher do Ministério Público da Paraíba, onde realiza um extenso trabalho no combate à violência contra a mulher. É executora e gestora dos Projetos Florescer e Refletir no MP-PB.
Outra homenageada, a ministra do Tribunal Superior Eleitoral Luciana Lóssio, foi a primeira mulher a ocupar o cargo de integrante daquela Corte em uma das cadeiras da instituição destinadas, exclusivamente, para juristas. Também foi indicada para fazer parte do Conselho Nacional dos Direitos Humanos. A delegada Eugênia Villa é a primeira mulher a ocupar o cargo de corregedora da Polícia Civil no Estado do Piauí e é criadora da primeira delegacia de investigação de feminicídios do país, em Teresina, em 2015.
A professora Gina Vieira Ponte de Albuquerque, por sua vez, criou em 2014 o Projeto Mulheres Inspiradoras, que recebeu o Primeiro Prêmio Ibero-Americano de Educação em Direitos Humanos. E a também professora Mary Ferreira, mestra em Políticas Públicas, doutora em Sociologia e pós-doutora em Comunicação e Informação, tem diversos títulos de reconhecimento por sua contribuição para a igualdade de gêneros.
Instituída pelo Senado em 2001, a premiação chega à vigésima primeira edição e faz referência a Bertha Lutz (1884-1976), bióloga e advogada, uma das figuras mais significativas do feminismo e da educação no Brasil do século 20. Nascida em São Paulo, Bertha Maria Júlia Lutz é conhecida como a maior líder na luta pelos direitos políticos das mulheres brasileiras. Ela se empenhou pela aprovação da legislação que outorgou o direito às mulheres de votar e de serem votadas. Em 1919, aprovada em um concurso público para pesquisadora e professora do Museu Nacional, tornou-se a segunda brasileira a fazer parte do serviço público no Brasil. Tomou contato com o movimento feminista ao estudar na Europa. No retorno ao Brasil, fundou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino. Uma das principais bandeiras levantadas por Bertha Lutz foi a de garantir às mulheres o direito ao voto. Isso só ocorreu no Brasil em 03 de maio de 1933, na eleição para a Assembleia Nacional Constituinte. Bertha Lutz foi eleita suplente para a Câmara dos Deputados em 1934. Em 1936, assumiu o mandato de deputada, que durou pouco mais de um ano. Ela faleceu em 1976, no Rio de Janeiro.