“Se Petrolina, em Pernambuco, transformou-se num grande polo produtor de frutas e hortaliças, inclusive, para exportação, graças ao uso de tecnologia e irrigação, por que não trazer algo similar para o Sertão paraibano com um projeto de uso otimizado das águas da transposição do Rio São Francisco que já estão disponíveis?”. Foi com essa indagação e algumas propostas que o deputado estadual paraibano Jeová Campos (PT) viajou a Brasília a fim de cumprir agenda parlamentar como presidente da Frente Parlamentar da Água da ALPB. Revelou que seu objetivo é levar tal ideia para deputados da bancada federal paraibana e também para alguns integrantes do governo de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Jeová, que foi um dos coordenadores da campanha de Lula na Paraíba e candidato a suplente de senador na chapa do ex-governador Ricardo Coutinho, que foi derrotada, ressalta que sempre acompanhou de perto as obras da transposição, promovendo inúmeras audiências públicas para debater o assunto e também cobrando a sua conclusão. “Acompanho esse projeto de perto há muitos anos e agora que ele virou realidade, a água está disponível e precisamos criar projetos que façam com que essa água tão preciosa seja utilizada de forma otimizada, gerando desenvolvimento, renda, emprego e progresso”, destacou o parlamentar, que está em seu terceiro mandato na Casa de Epitácio Pessoa.
Lembrou que não é de hoje que ele fala sobre um projeto de desenvolvimento econômico para fomentar a agricultura usando as águas da transposição. “Na Paraíba nós temos um potencial imenso que é o curso do Rio Piranhas, que começa em São José de Piranhas e termina no Rio Grande do Norte, mas é necessário um projeto para aproveitar essas aguas. Se Petrolina é referência para o Brasil e o mundo, também podemos ser referência. Por que não podemos produzir uva, manga, criar um perímetro irrigado para tanto em nosso Estado?”, indaga Jeová, frisando que é preciso buscar esse caminho e que a viagem a Brasília já representa o início de uma ação para trabalhar essa questão no próximo governo de Lula.
O deputado lamentou que nos últimos quatro anos o governo de Jair Bolsonaro só tenha direcionado esforços para o agronegócio, deixando de lado e à míngua a agricultura familiar. Sua expectativa é que isso mude com o novo governo. “Nós precisamos recuperar a agricultura familiar pelo padrão de importância que ela tem para a economia, para a vida do pequeno e médio agricultor, mas também para quem mora na cidade e poderá ter acesso a um alimento mais saudável. Temos que ter um olhar voltado para a agroecologia e acho que isso será possível com o governo Lula”, disse o parlamentar, que se despede da Assembleia Legislativa, “mas não da militância política”, conforme suas palavras.