Nonato Guedes
A deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP), que foi candidata à presidência da Câmara Federal, criticou o ex-presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) por não ter pautado nenhum dos mais de 60 pedidos de impeachment apresentados naquela Casa contra o presidente Jair Bolsonaro. De acordo com Erundina, que é natural da Paraíba e que na eleição do ano passado candidatou-se a vice-prefeita de São Paulo na chapa encabeçada por Guilherme Boulos, o deputado Rodrigo Maia foi “omisso” e “conivente” com o governo, ignorando o “clamor” da população.
– Rodrigo Maia foi omisso e conivente com Jair Bolsonaro e os bolsonaristas ao não pautar o processo de impeachment do presidente, que é um anseio da sociedade brasileira – expressou Erundina em discurso. Segundo ela, Rodrigo Maia, presidente da Câmara por três mandatos consecutivos, fez ouvidos moucos ao clamor dos brasileiros. “Não nos esqueçamos que a história é implacável com os traidores do povo”, advertiu a deputada. Ela também fez críticas às campanhas de Arthur Lira (PP-AL), eleito, ontem à presidência, e Baleia Rossi (MDB-SP, acusando seus partidos de funcionarem como “sublegendas a serviço do governo Bolsonaro”. Comentou que havia poucas diferenças entre as duas candidaturas.
Por outro lado, em relação ao PSOL, comentou: “É o único partido cuja candidatura polariza com os candidatos dos dois blocos, constituídos predominantemente por partidos de direita”.. Luíza Erundina deixou claro, desde o início, que sua candidatura tinha efeito simbólico para denunciar “conchavos políticos” de bastidores e “negociações escusas” envolvendo parlamentares na eleição para a Mesa da Câmara Federal. Disse ter tido conhecimento, na reta final, que os conchavos de bastidores envolvendo liberação de recursos haviam se estendido à eleição para o Senado, onde o vitorioso à presidência foi Rodrigo Pacheco, do DEM-MG. Luíza Erundina deplorou profundamente “esses expedientes lamentáveis”.