O ex-secretário Executivo de Turismo do Estado, Ivan Burity, deixou ontem a Penitenciária de Segurança Média Hitler Cantalice. Ele havia sido preso durante a quinta fase da Operação Calvário, do Gaeco e Ministério Público, que investiga o pagamento de propinas feito por fornecedores a agentes públicos do Estado. O ex-secretário foi apontado por delatores como carregador de malas de dinheiro durante as gestões do ex-governador Ricardo Coutinho e teve a prisão preventiva reiterada durante audiência de custódia. Chegou a recorrer por mais de uma vez ao Superior Tribunal de Justiça pleiteando soltura, mas sem êxito.
Pouco mais de dois meses da prisão, Ivan ganhou a liberdade em meio a especulações de que teria firmado pacto de “colaboração” com as autoridades, delatando pessoas envolvidas em atos criminosos, o que não foi oficialmente confirmado. A prisão de Burity ocorreu durante as investigações de contratos do governo do Estado com o Instituto de Psicologia Clínica e Educacional (Ipcep) e com fornecedores da Secretaria de Educação. Pesaram contra ele as delações da ex-secretária de Administração, Livânia Farias, e do ex-assessor da Pasta, Leandro Nunes. Em sua delação, Leandro teria apontado Burity como arrecadador de dinheiro desviado de contratos políticos para o pagamento a autoridades, como forma de suborno.
Segundo informou o secretário de Administração Penitenciária da Paraíba, Sérgio Fonseca, a ordem de soltura de Ivan Burity partiu do desembargador Ricardo Vital de Almeida, dos quadros do Tribunal de Justiça. Procurador do Estado e sobrinho do falecido governador Tarcísio Burity, em cuja gestão exerceu a presidência da PB-Tur, Ivan criou a expectativa de que fatos novos virão à tona nos próximos dias a respeito dos desdobramentos da investigação conduzida no âmbito da Operação Calvário e que constatou desvios de recursos em áreas essenciais da administração estadual. A ex-secretária de Administração Livânia Farias chegou a ser presa e fez “colaboração premiada”, com isto oferecendo subsídios para o avanço das investigações envolvendo outras figuras de destaque remanescentes do governo Ricardo Coutinho, que foram exoneradas no governo João Azevêdo.