Em recente publicação em sua página no Facebook, Padre Zezinho comentou sobre os diversos modos de oração dentro da Igreja Católica. Ele chamou a atenção para o crescimento de estilos particulares de oração e destacou a importância de manter viva a dimensão universal da fé católica.
Padre Zezinho explicou que existe um modo tradicional e comum de rezar na Igreja, presente na Liturgia das Horas e na Liturgia Eucarística Diária, práticas seguidas por padres, religiosas e consagrados no mundo inteiro. Essas formas oficiais de oração, segundo ele, são expressão de unidade e pertencem à vida consagrada. No entanto, o sacerdote também reconheceu a riqueza e a variedade de outras formas devocionais aceitas pela Igreja, como aquelas vividas por grupos leigos, congregações e movimentos eclesiais.
O alerta surge diante da tendência de alguns fiéis em adotarem exclusivamente o estilo de oração de seus grupos ou movimentos, como a Renovação Carismática Católica (RCC), a Comunidade Shalom ou a Canção Nova. “Adotaram o jeito exclusivista”, escreveu o sacerdote, lamentando que muitos passem a frequentar apenas missas e encontros de seus próprios grupos, afastando-se da liturgia comum da Igreja. Em alguns casos, essa ruptura tem levado até mesmo à migração para igrejas pentecostais.
Padre Zezinho reconheceu que, com o crescimento de movimentos carismáticos desde os anos 1990 — com rádios, TVs e forte presença na mídia —, muitos católicos passaram a orar e cantar de forma diferente, com termos próprios e forte apelo emocional. No entanto, ele defende que isso não deve ser motivo de divisão: “Ora, se cardeais, bispos, padres apoiam, então este novo jeito de orar foi permitido”.
A mensagem do padre é clara: a Igreja Católica é diversa, com mais de 200 ordens, congregações e movimentos com suas próprias místicas e formas de oração — dos Franciscanos aos Salesianos, dos Dehonianos aos Verbitas. “Mas a missa, com exceção de alguns momentos, é a mesma missa católica”, afirmou.
Padre Zezinho faz um apelo à compreensão e à unidade. Segundo ele, cerca de 98% dos católicos convivem bem com essa pluralidade, mas ainda existe um pequeno grupo que critica ou despreza os outros modos de oração. “É sinal de que não foram devidamente evangelizados”, alertou.
O sacerdote encerra sua reflexão destacando o verdadeiro significado da palavra “católico” — do grego katholikos, que significa “universal” ou “para todos” — e da palavra “amém”, que representa confiança, concordância e unidade, mesmo com diferentes acentos na fé.
Ao citar o Evangelho de João (capítulo 17), Padre Zezinho reforça o chamado de Jesus à unidade entre seus discípulos. “Deveriam ler!”, provoca. Com sua habitual serenidade e firmeza, o padre convida todos os católicos a orar com humildade, respeito e espírito de comunhão.