Em postagem em rede social, o economista e escritor paraibano Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales), ex-secretário de Planejamento do Estado no governo Ivan Bichara Sobreira, reforçou as criticas que estão sendo feitas ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema, do “Novo”, que em entrevista bombástica pregou o confronto entre Estados do Sul e Sudeste contra os Estados do Norte e Nordeste. O gestor mineiro também fez críticas aos governadores reunidos em torno do Consórcio Nordeste, presidido pelo governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB). Para Cartaxo, Zema “ouviu o galo cantar mas não sabe o rumo”.
– O Consórcio Nordeste nasceu da necessidade de governadores terem equipe de técnicos e cientistas para assessorá-los em decisões relevantes – acrescentou “Frassales”, insinuando que Romeu Zema defende “um consorcio de direita” para inventar um candidato a presidente da República. E acrescentou: “A entrevista ao Estadão é um atestado de ignorância histórica, para não usar adjetivos mais ajustados à sua visão de mundo”. Cartaxo tem pós-graduação em problemas do desenvolvimento econômico e também exerceu funções técnicas e políticas no BNB e na Sudene. É presidente da Academia Cajazeirense de Artes e Leras e membro de outras instituições culturais do Estado. Recentemente lançou o livro “Morticínio Eleitral em Cajazeiras e outros escritos”.
O pronunciamento de Romeu Zema continua provocando reações, em sua maioria, negativas, nos meios políticos e sociais. Mas ele teve o apoio de pelo menos um deputado federal paraibano – o deputado Cabo Gilberto Silva, do PL, bolsonarista “de carteirinha”, que alegou terem sido distorcidas as declarações do governador de Minas Gerais ao jornal “O Estado de São Paulo”. Cabo Gilberto insinuou que os governadores integrantes do “Consórcio Nordeste” fizeram ampla exploração em torno do assunto “para omitir polêmicas como o destino de respiradores adquiridos pelo Consórcio durante a covid-19”.
Em entrevista, ontem, à noite, à rádio Arapuan, o presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, deputado Adriano Galdino (Republicanos) chegou a considerar “criminosas” as afirmações do governador de Minas Gerais contra o Norte e o Nordeste. A seu ver, Romeu Zema incitou uma pregação “separatista” e, com isto, afrontou a Constituição, que prevê o respeito ao princípio federativo. Adriano Galdino repudiou a manifestação de Zema e observou que ele tenta se credenciar no campo da direita para futuras disputas presidenciais no país. “Mas foi infeliz e a repercussão de suas falas foi amplamente negativa junto à sociedade”, concluiu ele.