Após o discurso separatista do governador bolsonarista de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, rebateu a declaração e afirmou que as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste “não têm vida” sem a Amazônia. O recado foi dado no evento “Diálogos Amazônicos”, ontem, dia 6. No sábado, em entrevista a “O Estado de S. Paulo”, o governador havia reclamado da união de Estados do Norte e Nordeste, “muito menores em termos de economia e população”, ao questionar a medida de combate à miséria nas regiões, parte da reforma tributária aprovada na Câmara.
Na mesma entrevista, Zema anunciou também a articulação do Consórcio Sul-Sudeste (Cossud), bloco que lidera ao lado de Ratinho Júnior (PSD), governador do Paraná. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) se mostrou simpático à iniciativa. De acordo com Marina Silva, “sem a Amazônia, não tem como ter agricultura, indústria, não tem como o Brasil sequer ter vida no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, porque a ciência diz que seria um deserto como o Atacama ou o Saara”. Essa importância ambiental da região amazônica se revela também na economia, pois 75% do PIB da América do Sul está relacionado às chuvas produzidas pela Amazônia. Por fim, ela completou que “quem mede o nosso peso pela quantidade precisa entender um pouco mais de qualidade”.
