Nonato Guedes
O secretário de Saúde do Estado, Geraldo Medeiros, confirmou a circulação da variante Delta em 12 municípios, com registro do primeiro óbito, e reforçou a necessidade de adoção de cuidados e de outras medidas preventivas, mas disse que não há motivo para pânico e fez referência à aceleração do Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19 na Paraíba. Vinte e cinco casos da variante Delta foram notificados e a transmissão da variante já se dá de forma comunitária. “Mais do que nunca, é importante evitar aglomerações, bem como o uso da máscara, lavagem das mãos e monitoramento dos casos, reforçando junto aos gestores municipais que também é necessária a busca ativa daqueles que não tomaram a segunda dose, ou seja, não concluíram o esquema vacinal”, explicou o secretário Geraldo Medeiros.
O infectologista do Sistema Hapvida em João Pessoa, Fernando Chagas, alertou para a necessidade de ser redobrado o cuidado coletivo. “Diante de todas as variantes do Sars-CoV-2 que já vimos até agora, a Delta é mais contagiosa. Precisamos entender que neste momento é necessário evitar a lotação dos ambientes, sobretudo bares e festas com muita gente. Além de seguir cobrando a utilização de máscaras em ambientes de uso comum, algo que podemos ver que deixou de ser feito em alguns locais”, sublinhou o infectologista. Fernando Chagas ressalta ainda que é preciso lembrar que há, na Paraíba, uma parcela da população que não foi vacinada. Destaca que é preciso redobrar as medidas de prevenção no combate à covid-19, pois toda a população pode ficar mais exposta e, consequentemente, gerar um novo aumento de casos. “É essencial pensar e cuidar de modo coletivo”, sugere.
Fernando Chagas diz os vírus passam por mutações o tempo todo e existem alterações que podem tornar a doença mais infecciosa ou perigosa. Atualmente, existem milhares de variantes do vírus que causa a covid-19 circulando no mundo e a variante Delta é até 60% mais contagiosa do que a Alfa e quase duas vezes mais transmissível do que a cepa original. Ontem, dia 31 de agosto, a secretaria de Saúde do Estado recebeu relatório da Rede Genômica Fiocruz, produzido pelo Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo, com 35 genomas de amostras enviadas pelo Laboratório Central da Paraíba. Das amostras sequenciadas, oito foram identificadas para a VOC Gamma (P.1), uma P.1.7, vinte e duas para a VOC Delta e mais duas AY.12, que são sublinhagens da variante Delta, totalizando 25 amostras para a VOC Delta.
Com esses resultados, a Pasta da Saúde confirmou a variante Delta nos seguintes municípios do Estado: Alagoa Nova (03), Barra de Santana (02), Cabedelo (01), Campina Grande (09), Cruz do Espírito Santo (01), João Pessoa (02), Lagoa Seca (01), Massaranduba (01), Matinhas (01), Queimadas (02), Salgado de São Félix (01) e Taperoá (01). A data de sintomas do primeiro caso confirmado é do dia 15 de julho, sexo masculino, 23 anos, residente no município de Campina Grande, sem hsitórico de viagem ou contato de caso confirmado para a Delta. A faixa etária de 30 a 49 anos representa 32% das vinte e cinco amostras sequenciadas. Além disso, destaca-se a identificação de casos positivos da variante em menores de 15 anos, com dois casos confirmados. Em relação ao sexo, doze são do sexo feminino e treze do sexo masculino.
