Nonato Guedes
O ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD), pré-candidato ao governo da Paraíba nas eleições do próximo ano, foi mencionado de forma elogiosa pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante “live” esta semana. Bolsonaro mandou um abraço para seu ex-colega de legislatura na Câmara Federal, a quem tratou como um quadro “promissor” para os embates eleitorais de 2022 na Paraíba. Quando foi prefeito de Campina Grande na metade do segundo mandato, Romero Rodrigues foi prestigiado pelo presidente da República não somente com obras do governo federal na cidade como com visita institucional, dentro do roteiro pelo Nordeste.
Presidente estadual do PSD, Romero Rodrigues foi eleito duas vezes prefeito de Campina Grande e conseguiu eleger o seu candidato à própria sucessão, Bruno Cunha Lima, também do PSD, no primeiro turno das eleições do ano passado. Desde que deixou a prefeitura, Rodrigues anunciou-se pré-candidato ao governo, esperando contar com o apoio do grupo do ex-senador Cássio Cunha Lima (PSDB), cujo filho, o deputado federal licenciado Pedro Cunha Lima, também se colocou à disposição para concorrer. O grande trunfo alardeado por Romero, porém, foi a perspectiva de dobradinha com o presidente Jair Bolsonaro, que deverá disputar a reeleição.
Ultimamente, Rodrigues tem participado de “lives” para discutir problemas de interesse público e, ao mesmo tempo, percorrido alguns municípios do interior do Estado, articulando uma rede de apoios para viabilizar a candidatura ao Palácio da Redenção. O tom do seu discurso é, claramente, de crítica ao governo João Azevêdo (Cidadania), que disputará a reeleição e que, na sua opinião, tem discriminado a população de Campina Grande, enquanto privilegia a parceria com o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, do PP. Romero minimizou, recentemente, versões de possível apoio do PP à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), depois que este se encontrou com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Afirmou Romero: “Vejo como natural o encontro. Gilberto Kassab tem conversado com os pré-candidatos à presidência, fazendo o papel de um líder partidário. Se eu for consultado, vou manifestar minha opinião favorável ao apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro”.
Ontem, o presidente Jair Bolsonaro disse que o senador Ciro Nogueira (PP-PI) quer que ele se filie ao partido. “Fui do PP por muito tempo. O Ciro não está apaixonado por mim não, mas está me namorando. Ele quer que eu retorne ao Partido Progressistas. Quem sabe? Se ele for bom de papo, quem sabe a gente volte para lá. É um grande partido”, disse Bolsonaro em um evento de liberação da ponte estaiada sobre o Rio Parnaíba em Santa Filomena, no Piauí. Em março, Bolsonaro disse que estava “namorando” uma sigla na qual poderia ser dono da sua estrutura partidária, mas não disse qual. Antes, já havia dito que, se seu novo partido, o Aliança pelo Brasil, não fosse formado até março, procuraria outro. Na última semana, as negociações com o PRTB travaram depois de a presidente nacional da sigla, Aldineia Fidelix, discordar das condições estabelecidas pelo chefe do Executivo para comandar o partido.
