Gervásio Maia, do PSB, Damião Feliciano, do PDT, Frei Anastácio Ribeiro, do PT, e Hugo Motta, do PRB. Os quatro deputados federais paraibanos mais uma vez votaram contra a aprovação do texto-base da reforma da Previdência Social, na discussão em segundo turno na Câmara, que foi encerrada na madrugada de ontem em meio a acalorados argumentos. Todos os parlamentares que votaram contra a proposta formam a base do governador João Azevêdo (PSB), que, juntamente com outros governadores do Nordeste, tenta lutar para que Estados e municípios sejam incluídos na reforma.
Dois deputados que integraram a base do governador João Azevêdo votaram a favor da reforma: Efraim Filho, do Democratas, e Wilson Santiago, do PTB, que justificaram estar seguindo diretrizes emanadas das cúpulas partidárias. Efraim, que ontem esteve em João Pessoa, afirmou a jornalistas que a reforma da Previdência tem sido uma aspiração da maioria da população brasileira, preocupada com os custos causados pelo déficit no sistema de seguridade social. Ele também não poupou elogios à articulação política desenvolvida pelo deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara Federal, expoente do DEM do Rio de Janeiro, dizendo que ele tem se constituído em peça-chave na agilização da votação do texto-base, contribuindo com o planejamento do Palácio do Planalto, tanto assim que o presidente do Senado já se declarou em condições de abrir o processo de tramitação da matéria naquela Casa.
Os deputados que seguem a orientação de João Azevêdo ressaltaram a importância de prestar-lhe apoio moral numa hora em que o presidente Jair Bolsonaro se indispõe publicamente contra ele, da mesma forma como atacou governadores de outros Estados nordestinos que, a seu ver, reclamam parcerias e benefícios do governo federal mas, em suas regiões, omitem a influência do Planalto nas realizações. Gervásio Maia é um dos críticos mais impenitentes de Bolsonaro e, ontem, esteve no Supremo Tribunal Federal, junto com outros parlamentares, para protestar contra a remoção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da carceragem da Polícia Federal em Curitiba para a penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo. Gervásio considerou a medida mais um round da perseguição política ao ex-presidente, mas disse que houve sensibilidade do colegiado do STF ao denegar a transferência de Lula para Tremembé.
Por outro lado, o governador João Azevêdo, em contato com deputados da sua confiança, destacou o relacionamento difícil que vem sendo mantido com o governo federal e deixou claro que precisará da ajuda da bancada federal para viabilizar a liberação de recursos. Existe uma questão política que está em discussão. Você não pode imaginar que a cada dia o governo federal faz falas em discriminação à Paraíba. A bancada temesse papel de fazer a discussão política sobre diversos temas. Já estive reunido com os integrantes da bancada na última sexta-feira e reiterou o pedido de empenho na defesa dos interesses do Estado, confessou João Azevêdo.
Nonato Guedes