O prefeito afastado de Bayeux, Berg Lima, que está preso em João Pessoa depois de ter sido flagrado recebendo propina de um fornecedor da prefeitura, a quem ele extorquia, está na iminência de ser expulso do “Podemos”, partido a que é filiado e que na Paraíba tem como dirigente o deputado estadual Janduhy Carneiro. A Executiva Nacional do “Podemos” divulgou nota oficial informando ter aberto processo para expulsar o prefeito afastado e justificando que adota linha rígida em relação ao comportamento dos seus filiados. A prisão de Berg Lima foi comunicada à Executiva Nacional pelo deputado Janduhy Carneiro.
De sua parte, o Tribunal de Contas do Estado anunciou que irá examinar a situação contábil, financeira e orçamentária de Bayeux. A diligência na prefeitura da cidade foi determinada pelo presidente da Corte, André Carlo Torres Pontes em memorando já recebido pelo diretor de auditoria e fiscalização do TCE, Evandro Claudino de Queiroga. Ontem, o vice-prefeito Luiz Antônio, do PSDB, foi empossado como prefeito interino e prometeu uma gestão eficiente e econômica, prevendo economia de R$ 1 milhão, por mês, para os cofres públicos. A solenidade de posse foi marcada por grande movimentação de habitantes da cidade, onde a maioria se diz envergonhada com os atos de corrupção do prefeito Berg Lima.
O prefeito disse que a partir de hoje tanto ele quanto os secretários utilizarão seus veículos particulares. “Não vamos pagar por mordomias. Eu e os secretários vamos trabalhar como qualquer outra pessoa”, afirmou. A Câmara Municipal ainda examina a denúncia e a prisão do prefeito Berg Lima para decidir sobre a cassação do mandato. As atividades legislativas somente serão retomadas em primeiro de agosto e a Procuradoria Jurídica da Casa está analisando o material sobre o caso e verificando a necessidade de convocação de uma sessão extraordinária para deliberação. O prefeito afastado Berg Lima está dividindo uma cela de aproximadamente seis metros quadrados com mais um preso no Batalhão da Polícia Militar em João Pessoa. A prisão do alcaide aconteceu durante operação do Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado e Polícia Civil. Luiz Antônio afirmou, no discurso de posse, que está tão chocado quanto os habitantes de Bayeux e expressou que a cidade não aceitará nem perdoará uma nova decepção.
Nonato Guedes