O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de uma operação da Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (18), por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão, mantida sob sigilo, determinou a execução de mandados de busca e apreensão, além da imposição de medidas cautelares severas contra o ex-mandatário.
Entre as medidas impostas estão o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno (entre 19h e 7h) e durante os fins de semana, além da proibição de manter contato com outros investigados, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro, seu filho, e de acessar redes sociais ou se comunicar com diplomatas estrangeiros.
As buscas aconteceram na residência de Bolsonaro, em Brasília, e também em locais ligados ao Partido Liberal, legenda à qual ele está filiado. A operação ocorre no âmbito de uma investigação que tramita no STF desde a última sexta-feira (11), e que apura crimes como coação no curso do processo, obstrução à Justiça e ataques à soberania nacional.
Durante as buscas, a Polícia Federal apreendeu um pendrive escondido em um banheiro da casa de Bolsonaro, além de uma cópia da petição inicial do processo movido pela plataforma de vídeos Rumble contra Alexandre de Moraes nos Estados Unidos. A empresa alega censura por parte do ministro e tenta impedir que suas decisões tenham efeitos em solo norte-americano.
A defesa do ex-presidente reagiu com indignação à decisão, classificando as medidas como “severas” e afirmando que a ordem judicial foi recebida com “surpresa”.
Reações nas redes sociais
A operação teve ampla repercussão nas redes sociais, especialmente entre aliados e familiares de Bolsonaro. Eduardo Bolsonaro, licenciado do cargo de deputado federal, publicou uma mensagem em inglês, dizendo que Moraes “dobrou a aposta” após a divulgação de um vídeo em que Jair Bolsonaro se dirige ao ex-presidente americano Donald Trump.
O senador Flávio Bolsonaro também se manifestou, postando uma foto ao lado do pai e escrevendo: “Fica firme, pai, não vão nos calar! A proposital humilhação deixará cicatrizes nas nossas almas, mas servirão de motivação para continuarmos lutando pelo nosso Brasil livre de déspotas.”
Ele também criticou a proibição de contato entre pai e filho, afirmando que a medida representa “o maior símbolo do ódio” por parte de Alexandre de Moraes.
A operação desta sexta-feira é mais um capítulo das investigações que envolvem o ex-presidente e o núcleo político que o cerca, em meio a um cenário de crescente tensão entre o Judiciário e aliados bolsonaristas.
