O ex-vice-prefeito de João Pessoa Nonato Bandeira (PPS) e o atual Manoel Júnior (PSC) foram derrotados nas urnas por ocasião do pleito recente. Ambos disputavam cadeiras na Câmara Federal, no entanto, obtiveram votação insuficiente para chegar lá. Presidente estadual do PPS e ex-secretário do governador Ricardo Coutinho, o jornalista Nonato Bandeira alcançou quase 14 mil votos, enquanto Manoel Júnior obteve mais de 30 mil sufrágios. O desfecho alimentou especulações sobre o estigma da cadeira de vice-prefeito da Capital mas esse fator subjetivo não foi determinante.
No caso de Bandeira, conforme análises políticas, ele sempre teve dificuldades para estadualizar politicamente a sua imagem. Nonato chegou a se desalinhar de Ricardo quando compôs com Luciano Agra, já falecido, ex-vice-prefeito e ex-prefeito de João Pessoa, que tentou ser indicado pelo PSB à reeleição em 2012 mas foi barrado por Ricardo Coutinho, líder maior do partido. Como represália, aliou-se a Nonato Bandeira e, juntos, apoiaram a candidatura de Luciano Cartaxo na primeira disputa dele à prefeitura da Capital, quando venceu, em segundo turno, o então senador Cícero Lucena, do PSDB.
Posteriormente, Bandeira divergiu de Cartaxo e voltou ao aprisco, retomando a convivência com o governador Ricardo Coutinho (PSB), que o incentivou a tentar um mandato de deputado federal. Sua votação foi ínfima, todavia, ficando abaixo, até, do percentual obtido pelo radialista Emerson Machado, oMôfi, que no final das contas não conquistou a vaga. O caso de Manoel Júnior foi um dos mais dramáticos na crônica das eleições deste ano. Ele deu voltas em círculo para poder assegurar para si uma zona de conforto, mas todas as estratégias e ações idealizadas fracassaram. Inicialmente, Júnior sonhou com a chance de assumir a titularidade da prefeitura de João Pessoa diante da quase certa renúncia de Luciano Cartaxo para concorrer ao governo. Para seu desapontamento, Luciano permaneceu no cargo.
A esta altura, Manoel Júnior se desligara do MDB, onde tentou viabilizar uma candidatura ao Senado na chapa encabeçada por José Maranhão. Rifado nas pretensões que idealizou, assumiu novamente uma cadeira à Câmara Federal, ambiente que frequentou em outras legislaturas. Não teve, porém, estrutura mais consistente e, por óbvio, foi descartado no rol dos eleitos. Manoel Júnior, que já foi prefeito de Pedras de Fogo por duas vezes e presidente da Federação das Associações dos Municípios da Paraíba, valeu-se do bordão de que enfrentou uma luta desigual para explicar sua derrota ao mandato de deputado federal.
Nonato Guedes