O senador José Maranhão, pré-candidato ao governo do Estado pelo MDB, revelou que aguarda um aceno do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD) com vistas a apoiar a sua pretensão de voltar ao Palácio da Redenção, agora que Luciano oficializou em carta a desistência em concorrer nas eleições de outubro. É legítimo o MDB esperar uma aliança, até em retribuição aos apoios que já deu em outras oportunidades ao prefeito Luciano. E essa relação não pode ser unilateral, frisou Maranhão. Cartaxo compôs a chapa de Maranhão ao governo do Estado em 2006, derrotada por Cássio Cunha Lima os dois foram investidos na titularidade em 2009 por decisão da Justiça Eleitoral. Na última campanha em que Luciano se reelegeu prefeito da Capital, ele teve o apoio do então PMDB, que indicou Manoel Júnior para a vice-prefeitura.
Aliás, a situação de Manoel Júnior tornou-se uma incógnita diante da disposição de Luciano em permanecer na prefeitura até o último dia do seu segundo mandato. A expectativa do emedebista era de que Cartaxo se desincompatibilizasse para a disputa, possibilitando-lhe assumir o comando da prefeitura. Em caso de vitória, Júnior estaria efetivado até o final da gestão, podendo concorrer à reeleição. A precipitação dos fatos com a desistência do gestor leva Manoel Júnior a repensar os seus planos políticos. Especula-se nas rodas políticas que ele deverá partir para a disputa, novamente, do mandato de deputado federal, que vinha exercendo até ser chamado para compor a chapa de 2016.
Este final de semana poderá ser decisivo para o bloco de oposição ao governador Ricardo Coutinho. Foram agendadas conversas entre o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) e os prefeitos Romero Rodrigues, de Campina Grande, e Luciano Cartaxo, mas fontes ligadas ao gestor da Capital registraram a frieza com que ele estaria tratando o senador tucano. Na carta-renúncia, Luciano confirmou que uma das motivações para não deixar a prefeitura e concorrer ao governo foi a falta de unidade entre partidos que vinham formando uma frente oposicionista. Tratou-se de uma referência ao gesto de Romero Rodrigues lançando-se, também, como alternativa para análise. Luciano tem prazo até sete de abril para deixar ou não a prefeitura de João Pessoa. Interlocutores da sua confiança garantem que a decisão de não disputar o governo, agora, é irrevogável.
O secretário de Articulação Política da prefeitura de João Pessoa, Zennedy Bezerra, também presidente do PMN, garantiu que a decisão do gestor pessoense é irreversível. A tomada de posição de Luciano Cartaxo foi pautada pelo critério da responsabilidade. Ele administra a Capital da Paraíba e uma posição como essa afeta diretamente a administração pública municipal. A atitude do prefeito, no momento, é de neutralidade. Ele vai aguardar o desenrolar dos acontecimentos quanto à solidez de candidaturas para tomar uma resolução em comum acordo com seus liderados, acrescentou. De acordo com Zennedy, em declarações a uma emissora de rádio, Luciano não guarda nenhuma mágoa dos políticos de oposição, por entender que expoentes como Cássio Cunha Lima e José Maranhão adotam atitudes legítimas do ponto de vista dos compromissos com seus partidos e correligionários. Não há, segundo Zennedy, qualquer perspectiva de arranhão na relação entre Luciano e o vice Manoel Júnior. A relação entre os dois é a melhor possível, pontuou o secretário.
Nonato Guedes