O presidente do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores, Jackson Macêdo, divulgou nota oficial hoje desautorizando versões e insinuações de que a legenda teria decidido apoiar a pré-candidatura do ex-secretário João Azevedo, do PSB, ao governo, e do deputado federal Veneziano Vital do Rêgo ao Senado, reivindicando para o petismo a indicação do concorrente à outra vaga de senador. Jackson Macêdo foi enfático ao afirmar que o documento intitulado Manifesto oposicionista não traduz postura oficial da agremiação, mas a interpretação de um agrupamento da sigla que defende o protagonismo petista.
Macêdo observa que se trata de uma manifestação legítima, do ponto de vista democrático, só que restrita ao pensamento de um segmento, não refletindo decisão formal da direção do Partido dos Trabalhadores na Paraíba. O documento que circulou na imprensa causou controvérsia e até repercussão negativa entre petistas ortodoxos, em virtude das restrições que a cúpula petista estadual vinha fazendo a políticos como Veneziano Vital do Rêgo, ex-MDB, atual PSB, que votaram pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. A cúpula e parlamentares estaduais e federal do PT sempre se referiram a políticos que foram favoráveis ao impedimento de Dilma como golpistas, daí a estranheza com a versão de uma suposta absorção das atitudes que eles tomaram, em nome do pragmatismo político.
– A ideia apresentada no manifesto se baseia na opinião de dirigente petista que faz parte desse grupo a respeito do quadro e do cenário para as eleições de 2018. No Partido dos Trabalhadores, as decisões se caracterizam por muita discussão e debate de ideias e propostas acentuou Jackson Macêdo, destacando a postura como reflexo do processo democrático interno, mas alertando, ao mesmo tempo, que deliberações oficiais somente serão consolidadas única e exclusivamente no âmbito do processo de tática eleitoral, cuja deflagração por parte da direção estadual do Partido dos Trabalhadores está prevista para acontecer no dia 21 de julho. Com isto, Macêdo deu a entender que haverá bastante tempo para o PT aprofundar o exame das alternativas que tem pela frente no Estado e que não estão dissociadas da conjuntura nacional.
O PT na Paraíba tem estreitado relações com o governador Ricardo Coutinho (PSB), diante da conduta firme que ele demonstrou, condenando o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e também se pronunciando contra a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ricardo, cuja trajetória política como vereador em João Pessoa se originou dentro do PT, também trouxe os ex-presidentes Lula da Silva e Dilma Rousseff para acompanharem a recepção das águas oriundas do projeto de transposição do rio São Francisco. Numa solenidade formal a que compareceu o presidente Michel Temer (MDB), Coutinho disse que não pode ser apagado da História o registro da contribuição decisiva do ex-presidente Lula para o início das obras da transposição.
Nonato Guedes
