O empresário e ex-senador Ney Suassuna, que estará concorrendo amanhã a uma cadeira na Academia Paraibana de Letras, vaga com a morte do escritor Carlos Augusto Romero, disse, ontem, que tem a expectativa de assumir mandato titular no Senado, já que é suplente do senador Veneziano Vital ddo Rêgo (PSB), com quem teria havido acerto nesse sentido. Em entrevista concedida a programa de debates da rádio Arapuan, ontem, Suassuna cogitou a hipótese de Veneziano ser candidato a prefeito de Campina Grande em 2020, disse que tem méritos para ser imortal, já que possui livros e incursiona, inclusive, pela pintura artística, e avaliou que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem contrariado interesses e afetado privilégios de minorias no país.
Entrevistado pelos comunicadores Gutemberg Cardoso e Heron Cid, Ney Suassuna, que já foi senador, ministro da Integração Nacional e era tratado pela mídia como um trator, pela desenvoltura com que abria portas em Brasília e em outros centros do poder e carreava benefícios para o Estado, lamentou que a Paraíba seja madrasta com alguns dos seus filhos, citando ingratidão cometida, por exemplo, com o ex-governador Tarcísio Burity, que foi derrotado ao Senado. Curiosamente, Burity foi derrotado numa das ocasiões pelo próprio Ney, que, no entanto, reconheceu a contribuição prestada peço ex-governador e referiu-se, ainda, ao boicote feito por grupos políticos na Paraíba para que Burity não fosse nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal, embora tivesse qualificação para tanto.
Ney Suassuna disputa vaga na APL com o empresário e ex-senador Roberto Cavalcanti, proprietário do Sistema Correio de Comunicação e justificou que decidiu entrar no páreo porque considera ter credenciais para ser imortal. Ele comentou a amizade com o presidente Jair Bolsonaro, lembrando que moraram próximos, na Barra da Tijuca, no Rio, onde Suassuna tem empreendimentos comerciais. Conheço Bolsonaro já cerca de 20 anos, contou, acrescentando que além dos encontros sociais que mantinham no Rio, ambos costumavam viajar juntos para Brasília, onde o presidente da República exerceu mandato de deputado federal. De acordo com Ney Suassuna, Bolsonaro é um homem sério e sofre oposição sistemática em poucos meses de governo porque está contrariando interesses de minorias, dando como exemplo que ele cortou salários nababescos de figuras ligadas ao Partido dos Trabalhadores e que estavam infiltradas na máquina do governo federal.
Ney insinuou que havia pessoas ganhando vencimentos no valor de até R$ 150 mil durante as administrações petistas, comandadas por Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, e que esses privilégios foram suprimidos no governo do presidente Jair Bolsonaro que, por conta disso, passou a enfrentar críticas impiedosas e oposição declarada ao projeto de governo. Ele reconheceu que o atual presidente da República precisa colocar um filtro em certas declarações que formula, no sentido de ser mais controlado ou ponderado. Observou, todavia, que não está sendo fácil para Bolsonaro governar e corrigir distorções oriundas de outras administrações e destacou que o presidente ainda é bastante traumatizado com a agressão à faca que sofreu durante a campanha eleitoral em Juiz de Fora, Minas Gerais. Mas eu confio nos seus propósitos e no poder de iniciativa para implantar mudanças no país, revelou Ney Suassuna.
Nonato Guedes